domingo, 9 de novembro de 2014

MUSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A criança, a música e a arte

As atividades com música nessa fase também ajudam na combinação de diferentes habilidades motoras como identificar as partes do corpo batendo palmas, empurrando ou batendo em objetos, ficando em pé sobre o pé direito ou esquerdo ou levantar a mão esquerda. Os instrumentos musicais, como os pandeiros e tambores podem ditar o ritmo dos movimentos, assim, conforme as batidas, o corpo entra em ação com movimentos de braços, pernas individuais e em grupo. Vale, também, a prática de brincadeiras como elaborar formas de carros, casas, letras, números com o próprio corpo. Aí é só estimular a imaginação que a turma cria e recria, evidenciando as suas interpretações e ganhando domínio corporal para atuar no mundo.
O RCNEI aponta para a importância da organização do espaço nas atividades musicais:
O espaço no qual ocorrerão as atividades de música deve ser dotado de mobiliário que possa ser disposto e reorganizado em função das atividades a serem desenvolvidas.Em geral, as atividades de música requerem um espaço amplo, uma vez que estão intrinsecamente ligadas ao movimento. Para a atividade de construção de instrumentos,, no entanto, será interessante contar com um espaço com mesas e cadeiras onde as crianças possam sentar-se e trabalhar com calma. O espaço também deve ser preparado de modo a estimular o interesse e a participação das crianças, contando com alguns estímulos sonoros. (Brasil, 1998b, p. 72)

Além das brincadeiras, as artes visuais e a música também são linguagens que ampliam as formas de expressão e o desenvolvimento cognitivo. Utilizar diferentes recursos traz qualidade no trabalho pedagógico. Atividades em que as crianças tenham que escutar sons, pela manipulação de objetos ou por batidas de palmas e outras partes do corpo, músicas com diferentes rítmos ou instrumentais são importantes nessa fase.
As atividades vinculadas ao fazer musical que envolvem fonte sonora são produzidas com “todo e qualquer material produtor e propagador de sons: produzidos pelo corpo humano, pela voz, por objetos do cotidiano, por instrumentos musicais acústicos, elétricos, etc., [...] pode-se fazer música com todo e qualquer material sonoro” (Brito, 2003, p. 59).
Nessa perspectiva, o professor pode incentivar também a criação de canções, brincadeiras com a própria voz, imitação de sons de animais e confecção de instrumentos que podem acompanhar as danças e cantos das crianças. Instrumentos como o reco-reco podem ser produzidos a partir de um papelão ondulado, uma garrafa plástica ou feito com um pedaço de madeira. As baquetas também podem ser construídas, utilizando-se rolhas ou papel mache e palitos de churrasco para explorar sons dos tambores feitos com latas vazias, devidamente polidas para não deixar bordas que possam machucar, ou caixas de papelão firmes. Os chocalhos são utilizados desde as crianças do berçário e podem se feitos a partir de potes plásticos com sementes dentro, devidamente fechados com tampas e fita adesiva para que apenas o som possa sair do brinquedo.
Para Brito (2003), o fazer musical é o contato entre pessoas que estejam ativas no cenário musical, seja cantando, dançando ou ouvindo. Para a autora, a produção musical aborda dois eixos, sendo a criação e a reprodução. A partir destes eixos é que acontece a prática.
Ainda de acordo com Brito (2003), a interpretação é o primeiro eixo proposto e é “a atividade ligada à imitação e reprodução de uma obra” (p. 32). O segundo eixo é a improvisação que contempla a criação instantânea orientada por critérios musicais. A composição, terceiro eixo, “é a criação musical caracterizada por sua condição de permanência, seja pelo registro na memória, seja pela gravação por meios mecânicos, seja ainda, pela notação, isto é, pela escrita musical” (p. 35).
Nessa perspectiva, as atividades de artes visuais ampliam as referências artísticas. A produção das crianças deve ser estimulada, em detrimento de desenhos prontos que apenas trazem a mecanização e reprodução das formas. Os desenhos podem ser criados a partir de exploração de materiais, contação de histórias, etc. Os recursos a serem utilizados são giz, lápis, guache e aquarela, tintas e massinha comestíveis que possibilitam as crianças a sentir cheiros, texturas e a percepção de cores.
As vivências desenvolvidas com recursos da música e artes plásticas influenciam no desenvolvimento da imaginação e da criatividade, pois têm papel fundamental na formação do pensamento simbólico. Construir projetos que ampliem o repertório de canções, propiciem o contato com os sons da natureza ou explorem os sons do próprio corpo requerem um trabalho de criatividade tanto por parte das crianças como do professor que irá mediar suas explorações.
Para estimular a criatividade das crianças, o professor poderá recorrer às obras de pintores e escultores conhecidos no mundo das artes, com o objetivo de estimular a leitura de imagens e o contato com a cultura construída historicamente e não com a simples reprodução de técnicas, o que reduziria o trabalho tornando-o mecânico e sem expressão.
As artes visuais, de acordo com o RCNEI, são vistas como uma linguagem que possui estrutura e características próprias e sua aprendizagem ocorre nos aspectos prático e reflexivo. A articulação entre esses dois aspectos, de acordo com o Referencial, aborda o fazer artístico, a apreciação e a reflexão:

Fazer Artístico: centrado na exploração, expressão e comunicação de produção de trabalhos de arte por meio de práticas artísticas, propiciando o desenvolvimento de um percurso de criação pessoal;
Apreciação: percepção do sentido que o objeto propõe,articulando-o tanto aos elementos da linguagem visual quanto aos materiais e suportes utilizados, visando desenvolver, por meio da observação e da fruição, a capacidade de construção de sentido, reconhecimento, análise e identificação de obras de arte e de seus produtores;
Reflexão: considerado tanto no fazer artístico como na apreciação, é um pensar sobre todos os conteúdos do objeto artístico que se manifesta em sala, compartilhando perguntas e afirmações que a criança realiza instigada pelo professor e no contato com suas próprias produções e as dos artistas. (Brasil, 1998b, p. 89, grifo nosso)

Neste sentido, a prática pedagógica envolvendo as artes visuais exige do educador atenção às características de desenvolvimento próprias das crianças, objetivando estimular a criatividade.
A abordagem de Schiller e Rossano (2008) aponta a importância de que o professor solicite às crianças que falem sobre a sua forma de expressão artística, pois assim, os pequenos percebem que o adulto está interessado no seu trabalho. Você pode fazer perguntas como: O que você pintou? É algo conhecido? O que significa? Além disso, elogios carinhosos e sugestões construtivas em relação à utilização dos recursos são importantes para a criança.
Neste sentido, o desenvolvimento infantil ocorre de forma integrada e, assim, o pensamento, a sensibilidade, a imaginação e a percepção são elementos que se integram no processo de aprendizagem em artes visuais.
O professor precisa estar preparado para desenvolver uma ação educativa de qualidade. De acordo com o RCNEI “é no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que parte significativa do conhecimento em artes visuais acontece” (p. 91). Assim, o trabalho pedagógico nesta área há muito tempo se desvinculou de uma prática decorativa ou de reforço para aprendizagens de conteúdos.
Com efeito, a qualificação profissional, tema sempre presente nas discussões sobre a educação infantil, serviu para aprimorar o atendimento às crianças pequenas. A formação acadêmica e pedagógica dos professores propicia o conhecimento do desenvolvimento das crianças aliado a diferentes concepções pedagógicas.

Bassedas, Huguet e Solé (1999) destacam que as crianças, na educação infantil, estão muito interessadas nas atividades plásticas. Os pequenos, desde o início de seu contato com lápis e papéis observam que suas ações representam traços e expressões sobre o papel e assim, deixam marcas. Nesta perspectiva, as autoras apontam as capacidades que estas atividades estimulam, favorecendo a formação de conceitos que envolve a observação e análise da realidade, a habilidade manual que trabalha a precisão em fazer linhas e outros traços e a imaginação.

A seguir serão apresentadas as atividades dos Seminários das alunas das turmas da noite e da manhã.

























































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