IDÉIAS E PRÁTICAS CORRENTES
A música no contexto da educação infantil vem, ao longo de sua história, atendendo
a vários objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem. Tem
sido, em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos,
atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar o
farol etc.; a realização de comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo
simbolizados no dia da árvore, dia do soldado, dia das mães etc.; a memorização de conteúdos
relativos a números, letras do alfabeto, cores etc., traduzidos em canções. Essas canções
costumam ser acompanhadas por gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica
e estereotipada.
Outra prática corrente tem sido o uso das bandinhas rítmicas para o desenvolvimento
motor, da audição, e do domínio rítmico. Essas bandinhas utilizam instrumentos —
pandeirinhos, tamborzinhos, pauzinhos etc. — muitas vezes confeccionados com material
inadequado e conseqüentemente com qualidade sonora deficiente. Isso reforça o aspecto
mecânico e a imitação, deixando pouco ou nenhum espaço às atividades de criação ou às
questões ligadas a percepção e conhecimento das possibilidades e qualidades expressivas
dos sons.
Ainda que esses procedimentos venham sendo repensados, muitas instituições
encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional.
Constata-se uma defasagem entre o trabalho realizado na área de Música e nas demais
áreas do conhecimento, evidenciada pela realização de atividades de reprodução e imitação
em detrimento de atividades voltadas à criação e à elaboração musical. Nesses contextos,
a música é tratada como se fosse um produto pronto, que se aprende a reproduzir, e não
uma linguagem cujo conhecimento se constrói.
A música está presente em diversas situações da vida humana. Existe música para
adormecer, música para dançar, para chorar os mortos, para conclamar o povo a lutar, o que
remonta à sua função ritualística. Presente na vida diária de alguns povos, ainda hoje é
tocada e dançada por todos, seguindo costumes que respeitam as festividades e os momentos
próprios a cada manifestação musical. Nesses contextos, as crianças entram em contato
com a cultura musical desde muito cedo e assim começam a aprender suas tradições
musicais
Mesmo que as formas de organização social e o papel da música nas sociedades
modernas tenham se transformado, algo de seu caráter ritual é preservado, assim como
certa tradição do fazer e ensinar por imitação e “por ouvido”, em que se misturam intuição,
É o caso das crianças indígenas, ou das crianças integrantes de comunidades musicais, como os filhos de integrantes de Escolas de Samba, Congadas, Siriris etc.conhecimento prático e transmissão oral. Essas questões devem ser consideradas ao se pensar na aprendizagem, pois o contato intuitivo e espontâneo com a expressão musical desde os primeiros anos de vida é importante ponto de partida para o processo de musicalização. Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem
o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam
pela esfera afetiva, estética e cognitiva. Aprender música significa integrar experiências
que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez
mais elaborados.
As alunas da turma 1B noite abriram a apresentação dos seminários sobre o tema com um ótimo trabalho. Parabéns pela dedicação!
Confiram a seguir.
Apresentação da turma 1A noite:
Continuando as apresentações das turmas de Pedagogia:
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